sábado, 15 de outubro de 2011

El Surco 30/Outubro 2011

Já está disponível o periódico anarquista chileno El Surco em sua edição de número 30.

Conteúdo
Editorial: Dos mil no son nada
- Entre el silencio mediático y la radicalización
: Crónica del movimiento estudiantil secundario tras 5 meses de lucha. (Reportaje elaborado a partir de tres entrevistas, dos a compas en liceos tomados en Puente Alto y Quinta Normal y al vocero nacional de la ACES)
- Nuestras sabinas (sobre compañeras presas)
- El Surco y un breve paso por Concepción
- El Caso Lof Yeupeko Catrileo: la libertad
- ¿Existe un surrealismo que no sea libertario?
- Radioemisoras libertarias
- Solidaridad con los presos de la agitación social
- El ciudadano metido en el estudiante y el ilegalista que se asoma
- Cómo cae el caso bombas: sobreseimientos y juicios pendientes
- Reseñas: Libro “Armando Triviño: wobblie” y disco “Los anarquistas 1904-1936. Marchas y canciones de lucha de los obreros anarquistas argentinos”

Para baixar, clique aqui!

10º Expressões Anarquistas - 15 e 16/Out - CCS-SP

Neste fim de semana (15 e 16 de outubro) acontece o 10º Expressões Anarquistas no Centro de Cultura Social - São Paulo. A programação do evento, que começa daqui a pouco, segue abaixo, conforme divulgada:
15/10
9h: Abertura e apresentação do evento, propostas para realização
10h30: História do Expressões
12h: Rango
14h: Direito e Anarquia - CCS-SP e Fenikso Nigra
15h30: Lanche
16h: Discussão sobre gênero - Capre
16/10
9h: Esperanto, Linux e Anarquia - Fenikso Nigra
11h: Rango
13h: Anarcossindicalismo hoje e lutas no campo paulista - L.S.O.C. e Barricada Libertária
15h30: Lanche
16h30: Plenária geral aberta a tod@s

Local: Centro de Cultura Social - São Paulo
Rua General Jardim, 253, Sala 22
Vila Buarque, São Paulo - SP
Próximo ao Metrô República

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

El Surco 28/agosto e 29/setembro - nova página

El Surco está de casa nova há dois meses. Aproveito agora para, além de passar o novo endereço do periódico chileno, colocar um link para as duas últimas edições: a 28, do mês de agosto, e a 29, do mês de setembro.
O novo endereço é http://periodicoelsurco.wordpress.com/

Edição 28 - Agosto
Capa: Ni educación como mercancía, ni el Estado como garantía;
Editorial: Lo que se va y lo que queda (coyunturas y experiencias). A propósito de las manifestaciones estudiantiles.
• Documento Histórico: A los trabajadores argentinos (Bartolomé Vanzetti).
• Colbún se hunde
. La construcción de una central que atenta contra la vida y el medio ambiente (Análisis).
• Silueta de Agitadores: Jorge Tamayo Gavilán.
• La violencia y el movimiento estudiantil
. Grietas de un “acuerdo” ciudadano (Análisis).
• Descontentos, creadores, municipalizados y subvencionados: Breve esbozo de los secundarios de La Florida
(Crónica).
• Saliendo del Clóset. La disidencia sexual como práctica libertaria
(Opinión).
• Información sobre el estado de salud del Tortu (Luciano Pitronello) (Colaboración).
• Romper el asfalto, volver a la tierra (Carta abierta a mis compañeros de la ciudad, entre quienes vivo, por ahora). (Opinión).
• Habitación (Poema). Por Ninguno desde ninguna parte.
• La moral anarquista de Kropotkine. (Reseña de libro).
• Conflicto mapuche. Continúan los enfrentamientos en La Araucanía (Breve).
• Y muchas otras cosas…

Para baixar clique na imagem acima, ou aqui!

Edição 29 - Setembro
- Editorial: Lo que se cocina en mil ollas machucadas.
- En torno a los mártires.
- Bitácora guerrillera, notas sobre el libro de Mauricio Waikilao
- “Cop Killer”. Brutalidad policial.
- Documento: “Patria”, de Manuel Rojas.
- La poesía salió a las calles.
- Las ideas foráneas y el oro extranjero. O de cómo se difama en nombre de la patria.
- La Coordinadora Arauco Malleco y su lucha contra el capital.
- Reseña: Discurso sobre la servidumbre voluntaria.
- Información sobre emisoras libertarias en la región chilena.
- Una carta desde Valparaíso.

Para baixar clique na imagem ao lado, ou aqui!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

2ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre - RS

Foto da 1ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre

Nos dias 11, 12, 13 e 14 de Novembro, vai acontecer em Porto Alegre (RS) a tão esperada 2ª Feira do Livro Anarquista!
Estamos construindo a programação da feira, e para isto estamos fazendo esse chamado aberto para todo/as que estejam interessado/as em ajudar nesta construção. Você pode se envolver de três jeitos:

• Propondo algum bate-papo, palestra, oficina ou o que mais quiser incluir na programação da feira;
• Colaborar em alguma das comissões de organização da feira, que são: alimentação, infraestrutura, bebidas/bar e a ciranda, que cuidará das crianças do/as participantes do evento;
• Trazendo materiais para exposição.

Então se alguém que virá quiser participar ativamente na organização do evento, pedimos que mande um e-mail para flapoa@libertar.se e coloque no assunto: “colaborar”. Não esqueça de descrever a sua proposta de atividade e/ou a comissão com a qual quer contribuir, para podermos já nos organizar com o número de voluntário/as.

Também quem for vir com material para exposição, e necessitar bancas, também pedimos para que mandem e-mail requisitando-as para que possamos providenciá-las.

Para o/as compas que virão de outras cidades, estaremos disponibilizando lugares para ficarem durante os dias da feira, mas para isso é necessário que enviem com antecedência um e-mail para flapoa@libertar.se e coloque no assunto: “alojamento”. Iremos pedir para os que precisarem de estadia uma contribuição de 10 reais para cobrir alguns dos custos do evento. Lembramos da necessidade de trazerem colchonetes e cobertas. Também vai ter uma área fora que quem tiver barraca vai poder acampar.

Teremos uma comissão para cuidar das crianças que forem vir para o evento enquanto os pais participam das atividades, inclusive desenvolvendo atividades próprias para elas. Portanto, na hora de se inscreverem, por favor também avisem se vem crianças junto, e a idade, para podermos preparar algo bacana.

No mais, fica o chamado para todo/as virem prestigiar o evento, que será marcado por bate-papos, oficinas, livros, filmes, contatos e amizades, enfim, vivências em geral que tanto contribuem para a nossa aproximação enquanto anarquistas.

Este ano também estará acontecendo, nas noites do evento, o 1° Festival de Música Anarquista da FlaPoA, que já conta com bandas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e, claro, as bandas locais. Se você tem alguma banda e quiser tocar no evento, deixamos aberto o chamado para participarem! Também é só entrar em contato por e-mail!

Comissão de Organização¹ da 2ª Feira do Livro Anarquista

Mais infos: flapoa@libertar.se

[1] Fazemos reuniões abertas semanais de organização, quem quiser comparecer entrar em contato por e-mail.

Fonte: http://noticiasanarquistas.noblogs.org
Página do evento: http://flapoa.deriva.com.br/
Relato da 1ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre
Fotos da 1ª Feira...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Lima Barreto - Leitura de Jornais

Em tempos de euforia gerada pelos eventos vindouros (Copa do Mundo, Olimpíadas), a racionalização dos gastos é ignorada. Que outra finalidade pode ter a verba pública senão a de locupletar aos digníssimos representantes do povo? Isso, no plano mais evidente da rapinagem. Fora dele, há a especulação imobiliária que vai traçando paisagens, adotando perspectivas qual um pintor naturalista e definindo onde cada um vive ou vai viver, aonde cada um anda ou vai andar, onde cada um dorme ou vai dormir. São muitos os problemas com os quais nos depararemos nessa longa caminhada de 5, 6 anos. Vem a calhar um texto barretiano. Lima Barreto (1881-1922), escritor para quem o significado importava mais do que as acrobacias fonéticas ou lingüísticas, publica o texto "Leitura de jornais" um ano antes de sua morte na antiga revista ilustrada Careta. Em 19 de março de 1921, sai o texto irônico que comparava a atitude de alguns brasileiros com a adotada na Argentina no que concerne ao gasto do dinheiro público, quando ainda se vivia uma acirrada disputa entre as capitais dos dois países para saber qual seria a mais moderna e européia. Os tempos eram outros, já os problemas... 


Leitura de Jornais


Afonso Henriques de Lima Barreto em 1919
Não há dúvida alguma que o embelezamento das cidades sobreleva as questões de higiene e de assistência que elas também reclamam. É isto que se tem visto em toda a parte, principalmente nas capitais de tiranos asiáticos, onde se erguem monumentos maravilhosos de mármore e ouro, de ônix e porcelana, de ouro e jaspe, em cidades que não têm água nem esgotos e o grosso da população habita choupanas miseráveis.

Essa regra geral das administrações asiáticas obedece a certo critério de origem divina, em que se estatui que o senhor e os senhores têm direito a tudo; e os restantes, no máximo, a vida, e são obrigados a pagar impostos para gáudio daqueles outros.

Mais ou menos, em obediência a essa regra, foi que se ergueram tantos monumentos célebres no mundo inteiro, desde o “Palácio do Serralho”, em Constantinopla, até o Taj-Mahal, de Agra, na Índia, com a moldura de uma cidade de miseráveis.

Com o advento da democracia nos países de origem europeia, especialmente no nosso, depois da proclamação da república, essa regra asiática tem sido mais ou menos obedecida, com o caráter cenográfico, que nos é próprio.

Ainda há dias, lendo os jornais desta cidade tive ocasião de verificar essa feição característica da nossa mentalidade administrativa.

O excelente O Jornal, nos primeiros dias deste mês, lamentava que a municipalidade ainda não houvesse levado a efeito, a construção de um stadium, no Leblon.

Reproduzia a planta respectiva que a edilidade, com grande menosprezo pelos interesses vitais do povo, tinha atirado ao pó dos arquivos. Lastima-se o redator da notícia assim: “Diante dessas informações perguntamos: Por que se abandonou assim um projeto sob todos os títulos grandioso, para se fazer a concessão de hoje, que tantos comentários vão provocando?”.

Não há dúvida alguma que tal abandono é motivo de lástima a mais profunda, porquanto já temos para realçar semelhantes grandiosos projetos dessa natureza, os magníficos repoussoirs da Favela, do Salgueiro, do Nheco e outros em muitos morros e colinas que são descritos por um jovem jornal desta cidade, O Dia, de 3 do corrente, desta maneira:
Encontram-se extensos aldeamentos de casas construídas com folhas de latas de gasolina, ripas de caixas de batata e caixões de automóveis. (...) Por essas barracas, que seria impossível de qualificar de casebres, porque nelas nenhum homem rico abrigaria o seu cão de estima, cobram-se de 30$ a 50$000 por mês e até mais.
Convém notar que essas maravilhas nada custaram à prefeitura, e, nem ao menos, exigem-lhe o trabalho de cobrar-lhes impostos ou dízimos quaisquer.

São puras criações de iniciativa particular que se mostra assim solícita para abrigar os pobres e dotar a cidade com essas curiosas construções, dignas de Hué ou de São Paulo de Luanda.

Buenos Aires, que não nos deixa dormir, tendo lá cousa semelhante, tratou de acabar com tão pitorescas excrescências. Que fez? Construiu pistas ou arenas de jogos atléticos? Não: construiu casas, conforme informa o último dos jornais citados, que ele descreve desta forma:
Essas casas, construídas com armações de madeira ou ferro, oferecem aos seus habitantes o melhor conforto, pois todas elas, como se pode verificar nos projetos do Senhor Ayerza, dispõem de ótimas acomodações, água corrente, banheiros, salas, luz e ventilação, enfim, tudo o que se torna necessário ao bem-estar dos moradores.
Está se vendo por aí que os nossos vizinhos não têm o espírito olímpico; mas, uma alma cheia de baixas e subalternas preocupações burguesas.

A nossa origem divina, ou melhor: a origem divina dos nossos dirigentes não lhes permite ter dessas cogitações práticas e comuns de casas para desafortunados.

Não seria possível que o sultão de Mossul fosse se preocupar com casas para o seu povo; mas, quando a bexiga irrompe, sabe ele da existência de uma plebe necessitada na sua capital, e, então, manda-a vacinar a toda pressa, sob pena de cortar a cabeça os recalcitrantes, com medo que a difusão da peste venha enfear as sultanas do seu mimo.

São essas as considerações que me vieram ao fazer a leitura, com intervalo de dias, de dous grandes jornais cariocas que já citei.

Por aí, vim a concluir que a nossa administração ainda se guia pela estética urbana dos rajás asiáticos e que, sob este aspecto, ela é absolutamente original nestas américas e talvez nas európicas.

Os seus arquivos, o que faz supor a descoberta do plumitivo do O Jornal, devem regurgitar de planos de prados, coliseus, frontões, boliches, teatros, palácios, etc. etc.

Entretanto, ela não presta atenção nos meios de enfear e emporcalhar mais a Favela, embora os seus propósitos de embelezamento de Copacabana e arredores peçam logicamente, de acordo com a sua doutrina calcutaense, a transformação daquele e outros morros que circundam a cidade, na cousa mais repugnante deste mundo...

A leitura dos jornais é sempre utilíssima, como já disse o outro.
L. B.
Careta 19-03-1921

A grafia de estrangeirismos foi mantida como aparece no original.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Rádio Cordel Libertário - 04/08 - Ações/Estratégias em torno dos impactos dos megaeventos esportivos

A Rádio Cordel Libertário dá prosseguimento ao debate sobre os megaeventos esportivos e os impactos causados por eles. A transmissão ocorre as 21h10, com reprise no dia seguinte as 9h.
A seguir, texto retirado da página da rádio:


Violentas remoções de comunidades pobres, especulação imobiliária, favorecimento de construtoras, superfaturamento de obras, sigilo nos orçamentos, aumento da segregação socioespacial. Esses são apenas alguns dos problemas enfrentados nas 12 capitais brasileiras que sediarão a COPA do MUNDO FIFA em 2014.
Governos e prefeituras, sob a justificativa da realização dos Megaeventos esportivos, vêm impulsionando a venda da cidade e sua transformação a um formato que atende somente aos interesses capitalistas. Contudo, vários são os movimentos populares que vem resistindo e fazendo avançar a luta em defesa do direito a cidade.
É com esse objetivo que a Radio Cordel Libertário dá continuidade a discussão sobre as problemáticas urbanas decorrentes da Copa no Brasil, enfatizando as experiências de luta e resistência nas cidades brasileiras.
Para esta quinta feira, teremos em nosso programa os relatos do que vem acontecendo em Porto Alegre, com a participação da Lorena, companheira da FAG (Federação Anarquista Gaúcha). Participarão também como debatedores e entrevistadores os companheiros da ORL (Organização Resistência Libertária) de Fortaleza.

Rádio Cordel Libertário

sábado, 16 de julho de 2011

Lançamento do livro "Negras Tormentas", de Alexandre Samis - 19/07

Nesta terça-feira ocorrerá em São Paulo o lançamento do livro Negras tormentas: O Federalismo e o Internacionalismo na Comuna de Paris, de Alexandre Samis. Também será exibido o filme "A Comuna" (1914), produzido pelo grupo Cinema do Povo.
Quem está realizando o lançamento e a projeção do filme é a Biblioteca Terra Livre.

19/07 - Terça-Feira - 19h
Lançamento do livro e debate com o autor:
NEGRAS TORMENTAS
O Federalismo e o Internacionalismo na Comuna de Paris
Autor: Alexandre Samis
370 páginas – Editora Hedra

Exibição do Filme:
A COMUNA (La Commune)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 22min
cp: Cinéma du Peuple; d e r: Armand Guerra

LOCAL: SEDE DO SINSPREV/SP
Rua Antonio de Godoy, 88 – 2º andar – Centro
Próximo ao Metrô São Bento
(descer no metrô e atravessar o viaduto Santa Ifigênia)
Fone: (11) 3352-4344


quarta-feira, 29 de junho de 2011

El Surco 27 - Jun/Jul 2011

Saiu a edição de Junho e Julho do periódico chileno El Surco.

Por causa do atraso, o pessoal do periódico publicou uma edição com mais páginas e bimestral: "Razones de fuerza mayor nos impidieron salir a tiempo, pero ya estamos de vuelta y para compensar el atraso, les entregamos una edición con más páginas y material de discusión. Algo es algo, dicen. Esperamos que este número excepcionalmente bi-mensual, les sirva para generar nuevos debates o formular preguntas y problemas".

Para baixar clique aqui!

Índice
- Editorial: ¡No a Ralco!
- Los anarquistas y el 15-M español (Colaboración desde Bilbao)
- Resistencia mapuche en Trafun Mapu (Colaboración desde Panguipulli)
- Nuestra acción será su ruina. Sobre los sucesos del sur (Colaboración desde Coyhaique)
- MONSANTO, El gigante de los transgénicos en acción
- Sobre el compa Luciano.
- Mapuches: Ley Antiterrorista y medios de desinformación
- A 9 meses de iniciada la Operación Salamandra.
- Autodidactismo, o una educación más allá de la escuela y el movimiento estudiantil
- La Iglesia Católica y su eterna opción por los ricos
- Democracia a la peruana (Colaboración desde Lima)
- Documento: El dinero, por Edgar Rodrigues
- AvispaTV, la mafia televisiva chilena
- Reseña: “Los indeseables. Las leyes de residencia y defensa social” de Gabriela Costanzo
- Más poemas, diatribas y cuentos cortos

terça-feira, 14 de junho de 2011

Rádio Cordel Libertário - Emissões 14/06 e 17/06

14/06 - Entrevista com Karolina (Colômbia) - 21h10
Logo mais, a Rádio Cordel Libertário veiculará entrevista com a militante colombiana Karolina.

17/06 - Entrevista com o rapper Fábio (Bandeira Negra - Rap Libertário) - 21h10.

A rádio segue com sua importantíssima contribuição, aglutinando forças dentro das movimentações libertárias pelo Brasil, dando voz à diversos grupos.

Para maiores informações e para ouvir a programação acessem a página da rádio!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Rádio Cordel Libertário - programação semanal

09/05 - Segunda-Feira - 21:10
Entrevista com Luciana e Katia da Cooperativa Rango Vegan de Salvador/BA, sobre o coletivo e o Veganismo.

10/05 - Terça-Feira - 21:10
Noticiário e Comentários sobre o que vem ocorrendo nos movimentos libertários/anarquista, e sobre questões que vem sendo divulgadas nos principais meios de comunicação burgueses.

11/05 - Quarta-Feira - 21:10
Entrevista com Rafael integrante da FARJ (Federação Anarquista do Rio de Janeiro) Rio de Janeiro/RJ que falará um pouco sobre seu movimento e também sobre as ações em que estão envolvidxs atualmente, quem não conhece ou quer se inteirar sobre o que vem acontecendo com a FARJ estão todxs convida-dxs para essa conversa.

12/05 - Quinta-Feira - 21:10
Entrevista com Marina que faz parte do coletivo que administra o site Anarcopunk.org de São Paulo/SP, onde falará sobre o site, mas també sobre a conjuntura anarcopunk em são paulo e as ações anti-fascista que vem ocorrendo, quem já faz parte do movimento anarcopunk ou deseja fazer parte será muito interessante sua presença para fazer parte do debate.

Os programas são veiculados às 21:10 do dia anunciado e reprisados no dia seguinte às 9h. Nos finais de semana, o pessoal da Rádio Cordel Libertário reprisa os programas da semana a partir das 20h.
Para ouvir a programação, ou escutar os programas anteriores, acesse a página da Rádio Cordel Libertário, clicando aqui!

terça-feira, 3 de maio de 2011

El Surco 26 - Maio 2011

Já se encontra disponível a edição de número 26 do El Surco, periódico anarquista chileno.

Para ler, clique aqui!

Conteúdo:
Editorial
De la realidad actual y la desigualdad social y económica
Artículos
El montaje comienza a caer
Trabajo infantil - La Naturalización de un Abuso
Documento: La dictadura del reloj
Contra el chauvinismo clasista - Parte 2, Conclusión
Represión a los Mapuche en Panguipulli
La Mujer Anarquista durante fines de siglo XIX y principios del XX en Chile
e mais.

E devemos dar crédito à imprensa anarquista, e em específico a este jornal chileno, que desde o princípio denunciou a farsa do "Caso Bombas". Nesta montagem da polícia chilena foram presos 14 anarquistas acusados de participarem de atentados com explosivos. Apesar das estranhas provas e dos obscuros depoimentos, os anarquistas foram presos preventivamente. Depois da greve de fome e da reconhecida falta de provas, cinco anarquistas foram libertados na última semana. Seguimos pedindo Libertad a los 14 A!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Centro de Cultura Social - 27 de Abril: "Anarquismo nos EUA - uma recente história", CrimethInc

Quarta-feira - 20h
Anarquismo nos EUA: uma recente história
"Um resumo das atividades anarquistas nos EUA nas últimas duas décadas, começando antes dos movimentos anti-globalização e anti-guerra e vindo até hoje. Descreveremos os diferentes tipos de anarquismo que tomou a América do Norte, focando algumas das maiores campanhas e direções buscando tirar lições que podem ser úteis fora dos EUA".

http://www.crimethinc.com/

Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica

sexta-feira, 15 de abril de 2011

2ª Sessão do Cineclube Terra Livre: Jean Vigo - 17/04



CECISP – Centro Cineclubista de São Paulo
Rua Augusta, 1239, sala 13 – São Paulo
Próximo ao Metrô Consolação

Entrada Gratuita

El Saleroso nº 7 - Março/Abril/Maio

Eis o sétimo número do periódico trimestral feito pelo Coletivo Anarquista Ativismo ABC.
A edição está disponível em: http://www.4shared.com/document/AT0n2JA1/El_Saleroso_7.html

Neste número:
- Sobre a tomada de decisões
- Não violência, um simples exemplo
- Biblioteca Terra Livre
- Plantas espontâneas da Casa da Lagartixa Preta
- Tentativas iniciais (ou desconstruindo a cidade em nós)
- E mais notícias e notas...

Fonte: Biblioteca Terra Livre

Prosseguimos aqui no Palavras Negras com a tentativa de seguir e difundir os jornais e revistas libertários brasileiros que aparecem pela rede.

El Surco 25 - Abril 2011

Saiu o número 25 do periódico chileno El Surco.
Para acessar o arquivo em pdf, clique aqui!

Nesta edição:
+ Editorial: De la libre iniciativa individual y la gestión autónoma de nuestras vidas.
+ ¡Huelga de Hambre!, poema anarquista de 1934
+ Teatro y anarquismo.
+ Las revueltas sociales en Medio Oriente
+ Todo Ejército es un crimen contra la humanidad.
+ Entrevista al Proyecto Educativo libertario Wenuleufü de Niebla
+ Teodoro Brown y Víctor Garrido: Historia de dos peluqueros anarquistas
+ Ubicación y Condenas solicitadas a lxs compxs del 14 A
+ Reseña: Anarquismo y cárceles de Rodolfo Montes de Oca
+ Caricaturas y más

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Festa de encerramento do Espaço Impróprio 22, 23 e 24/04

"O Impróprio é um espaço (Anti)Cultural, autogestionário e anti-hierárquico que começou em junho de 2003. Localizado no Centro de São Paulo, o espaço vem oferecendo eventos com shows, palestras, debates, oficinas, vídeos, uma biblioteca, estúdio, lanchonete vegan e um bar."

E chega ao fim mais um espaço autogestionário.

Para a nota do fim - http://espacoimproprio.wordpress.com/o-fim/
Programaçao - http://espacoimproprio.wordpress.com/atividades/

Para maiores informações: Espaço Impróprio


Centro de Cultura Social - São Paulo - Abril/Maio

16/04 - Sábado 16h
"Como afirmar a vida e abrir passagens na linha que constitui um corpo em mulher" com Aline Bagetti, graduada em Pedagogia, Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

01/05 - Domingo 16h
Conversas Libertárias com integrantes do núcleo Pró-COB de Campinas-SP. Debate aberto sobre o sindicalismo e anarquismo nos dias atuais.

Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica
http://www.ccssp.org

quinta-feira, 7 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

Rádio Cordel Libertário

As informações que seguem constituem uma espécie de carta de princípios e foram retiradas de http://www.ainfos.ca/ainfos21876.html

"Olá Companheiras/os fazemos parte da Rádio Cordel Libertário e seu integrantes são residentes na cidade de Salvador/BA, e com o objetivo de criar mais um veiculo de comunicação que ajude na organização dos movimentos libertários decidimos criar uma rádio online, que pudesse transmitir um noticiário ao vivo diário, com entrevistas, debates e que possibilite o máximo possível a inclusão das/os ouvintes através do chat, mas também podendo falar ao vivo através do Skype, dando informes, comentários enfim contribuindo da forma que desejar.

Queremos com essa rádio contribuir para a comunicação dos movimentos libertários ou indivíduos do nordeste mas também de outras regiões do brasil, estabelecendo dessa forma uma rede de comunicação para fortalecer a luta libertária.

Como esse nosso objetivo é bastante pretencioso precisamos da contribuição das companheiras/os no momento que concordarem com essa alternativa de comunicação, nos informando sobre suas noticias locais, para que possamos divulgar e assim deixar informadas/os as/os ouvintes sobre as iniciativas libertárias e também sobre os problemas que acontecem em todo o brasil.

A Rádio está aberta para todas/os companheiras/os a participarem da organização dela, seja através da criação de programas, entrevistas enfim no que desejarem contribuir.

O noticiário acontece de segunda a sexta as 21:10 (horário de Brasília) e nos sábados e domingos a retrospectiva da semana a partir das 20:00.

www.radiocordel-libertario.blogspot.com
radiocordel-libertario@hotmail.com

Rádio Cordel Libertário

A Rádio que Valoriza e Respeita a Liberdade e a Diversidade!
radiocordel-libertario.blogspot.com
radiocordel-libertario@hotmail.com"

Revista Aurora Obreira nº 8 - Março/Abril 2011

Seguindo com a tentativa de divulgar as revistas libertárias brasileiras, volto a divulgar a Aurora Obreira, que está em seu oitavo número. O periódico é uma publicação bimestral do SINDIVÁRIOS de Campinas, ligado à FOSP-COB.

Para acessar a página de divulgação da revista, clique aqui!

Nesta edição, o leitor pode conferir:
Breve Comentário sobre Acidentes de Trabalho
62% de Reajuste Salarial Já!
Conceito de Liberdade
Boicote o Carrefour
Imagens do Fevereiro Antifascista 2011
Durruti (esperanta teksto)
Repressão contra ASI continua pelo governo sérvio
Religião ética e Ateismo
Ateneu Diego Gimenez: novos lançamentos
Notícias da AIT
Plataforma Reivindicativa
Março: Mês de Luta Feminina
Questão de Salário
Comunicado do Secretariado da AIT
Sindicalismo Revolucionário = Anarcossindicalismo!

sábado, 2 de abril de 2011

A MORTE e a morte...

Passeando pelo blog de Ezio Bazzo me deparei com esse texto – "E NAS DITAS REPÚBLICAS DEMOCRÁTICAS até mesmo no reino dos mortos há sujeitos de PRIMEIRA e sujeitos de SEGUNDA". O vigoroso escrito fala sobre a diferença no tratamento dispensado a UM MORTO e a vários mortos.
Sugiro, como trilha sonora, aos que gostem de um som um pouco mais pesado, a canção "Los gritos del silencio I" do extinto grupo espanhol Los Muertos de Cristo. A música saiu no disco Rapsodia Libertaria vol. I (2004). Vai a letra...

"Los gritos del silencio I"
Los Muertos de Cristo

Donde vas con paquetes y listas
que de prisa te veo correr.
Al congreso de los anarquistas
por hablar y hacerme entender.

Explicadme un momento siquiera
anarquista que quiere decir.
La inmensa falange obrera
que reclama el derecho a vivir.

El obrero que suda y trabaja
dime cómo es que puede estar mal.
Pues el burro que come la paja
lleva el grano para otro animal.

Es extraño pero no lo entiendo
qué pretende tu nueva alusión.
Que lo mismo le va sucediendo
al obrero con su producción.


Hoy ha muerto otra persona,
Víctima de un atentado,
No fue un tiro en la nuca,
Era un paria, un explotado,
Ha muerto trabajando,
Acosado por el miedo,
Miedo al verdugo,
Que amenaza con el paro.

No he visto su cara en los medios,
Ni tampoco manifestaciones,
No he visto minutos de silencio,
Ni como duelo un lazo en los balcones.

El pueblo hipnotizado,
A esta muerte no da importancia,
Mientras los asesinos,
Te hablan de democracia.

Hay muchas maneras de matar,
Y una de ellas es el silencio,
Hoy has vuelto a callar,
Y son más de mil los obreros muertos.

Hoy has vuelto a sentir,
La impotencia y el sufrimiento,
Hoy has vuelto a escuchar,
Los gritos del silencio.

No he visto al rey,
Ni tampoco al presidente,
dar el pésame a la madre,
Que está llorando su muerte.
Sólo era un sin nombre,
Un desheredado
Otro muerto de tercera,
En la estadística enterrado.

Pasemos a la noticia el día,
Manu Sánchez ¡Deportes!
Sí, el país está totalmente conmocionado,
Ronaldo se ha lesionado.

Hay muchas maneras de matar,
Y una de ellas es el silencio,
Hoy has vuelto a callar,
Y son más de mil los obreros muertos.

¡Muertos!

Hoy has vuelto a sentir,
La impotencia y el sufrimiento,
Hoy has vuelto a escuchar,
Los gritos del silencio.

Todo o trecho em itálico, no início da letra, pertence a uma canção anarquista de 1905 ("La verbena Anarquista"), e simula um diálogo entre uma mulher e um homem anarquista. Por sua vez, a música anarquista pode ser encontrada no disco Marchas y Canciones de Lucha de los Obreros Anarquistas Argentinos 1904-1936.

sexta-feira, 18 de março de 2011

nu-sol: Ciclo de filmes "Justiça e Política"

O Nu-Sol promove no auditório Paulo Freiro do TUCA (teatro da PUC-SP) o ciclo de filmes "Justiça e Política".
Endereço: TUCA – Teatro da PUC-SP (Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes)

O nu-sol, na hypomnemata de janeiro, publicou o belo texto "Ardor". Recomendo a leitura.

Segue abaixo o cartaz do ciclo de filmes:

Cineclube Terra Livre - Mostra Películas Negras: 1ª Sessão "Cinema do Povo"

Como já divulgado anteriormente, domingo (20/03) começa a Mostra Películas Negras, promovida pela Biblioteca Terra Livre com a colaboração do Centro Cineclubista de São Paulo. Para a estréia, a programação inclui várias películas produzidas pelo grupo anarquista Cinema do Povo durante a década de 10 do século passado.

Maiores informações: http://bibliotecaterralivre.wordpress.com/

Abaixo, os cartazes da sessão e da mostra:



sexta-feira, 11 de março de 2011

El Surco 24 - Março 2011

El Surco 24 (Março 2011)
O grupo editorial do periódico El Surco apresenta sua mais nova edição.

Editorial
Por qué escribimos

Artigos
La caída del "faraón" Mubarak y la expansión de la revuelta en el mundo árabe;
Mënalkiawn (andar en libertad) - Por la profundización de una práctica contra el sistema penitenciario;
Caso Bombas: La nueva vieja forma de reprimir;
Del encierro a la solidaridad: Campañas y comités pro-presos entre los anarquistas criollos;
Del "fetichismo obrero" y el "clasismo libertario" - Aterrizando dos puntos;
Ciencia y anarquía;
Contra el chauvinismo clasista - Una respuesta a la revista plataformista Hombre y Sociedad (Parte I);
La insurrección de Kronstadt de 1921 - O cuando el Partido Comunista ahogó una revolución;
E mais...

Para ler o periódico, clique aqui!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Escritores Libertários

Texto escrito por Ideal Peres, publicado em Letra Livre n.8, de agosto de 1995, e retirado de http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/07escritoreslibert.htm

Em diferentes épocas escritores brasileiros estiveram envolvidos com o anarquismo. Alguns com participação ativa; outros através de seus escritos e, finalmente, os que adotaram posição individualista.

Relembramos Afonso Schmidt, na juventude participante das redações dos jornais libertários. Deixou obra no gênero poesia, teatro, romance, contos. Harmonia é um dos contos literalmente anarquista e, também, o romance Colônia Cecília, em que misturando ficção e realidade provocou enorme desinformação, só recentemente sanada através de pesquisas históricas. Assinalamos o Dr. Fábio Luz, colaborador assíduo da imprensa libertária, introdutor do "romance social" em nossas terras com o livro Ideólogo. Produziu uma série de romances, peças de teatro, estudos científicos e pedagógicos. Maria Lacerda de Moura, injustamente esquecida, competente antifacista de primeira hora, divulgou teses sobre o amor livre e a liberação feminina, que tantos arrepios e indignação provocaram no Brasil vetusto e cavernoso dos anos 30. Dr. Martins Fontes, santista, poeta parnasiano, deixou entre sua enorme produção poética, inúmeras de conteúdo libertário, sem falar em suas conferências assinaladas no livro Fantástica, do qual destacamos a sobre Kropotkin. José Oiticica, figura de proa do movimento anarco-sindicalista, polemista destroçador, inigualável nos escritos satíricos e nas cartas abertas dirigidas aos figurões e manda-chuvas da época, deixou infindável produção de escritos políticos dispersos nos jornais diários do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, citamos Avelino Foscolo, colaborador da imprensa libertária, escreveu vários romances como O Mestiço, Vulcões, A Capital e que só recentemente estão sendo reeditados.

Todos os mencionados mereceram pouquíssimo ou nenhum reconhecimento pela literatura oficial. Entretanto há duas excessões: Campos de Carvalho e Lima Barreto. Em entrevista ao jornal O Globo, em 08/04/95, respondendo a pergunta sobre o vigor libertário de seus livros, onde seus personagens sempre se voltam contra alguma autoridade, afirmou: "Eu sempre fui anarquista, liberto de qualquer dogma". Sabemos que Campos de Carvalho foi, durante sua juventude, colaborador dos jornais libertários A Plebe e A Lanterna. Hoje, reconhecido como escritor importante, teve romances renovadores como A lua vem da Ásia, A vaca do nariz sutil e A chuva imóvel, reeditados pela Editora José Olimpio. Campos de Carvalho é anarquista individualista (Nota do Libera...: Campos de Carvalho faleceu em São Paulo no dia 10 de abril de 1998, aos 82 anos).

Lima Barreto teve seus méritos reconhecidos, porém só depois de seus falecimento. É dele que vamos nos ocupar mais extensamente.

Lima Barreto, anarquista

Afonso Henriques de Lima Barreto, autor genial de Clara dos Anjos, Recordações de Isaías Caminha, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, etc., mulato de temperamento tímido, porém irreverente e desabusado em seus escritos. Em geral trajava roupas amarfanhadas, sapatos empoeirados, garofinha a subir indiscreta pelas orelhas e colarinho encardido. Palheta equilibrada no alto da cabeça. Corpo exalando azedume do suor curtido nos subúrbios proletários onde sem opção habitava.
Freqüentador contumaz de tendinhas encardidas, se afogava em pinga com Fernet, na tentativa de fugir da grande tragédia da sua existência: o pai doido, a miséria em que a duras penas sobrevivia, a cor, a indiferença social, a impossibilidade de mobilizar seu potencial criativo.
Certa feita, advertido de que a cachaça era prejudicial a literatura, replicou que o único prejuízo era a burrice.
Reprovado por três vezes por Licínio Cardoso na cadeira de Mecânica Racional, abandona os estudos de engenharia e efetua concurso para burocrata do Ministério da Guerra. Nessa repartição encontra Domingos Ribeiro Filho, anarquista declarado, atuante nos meios libertários e que o teria influenciado teoricamente.

O movimento anarco-sindicalista começa a crescer. E, 1906 realiza-se o 10 Congresso Operário Brasileiro, no Rio de Janeiro. Com o grupo de intelectuais anarquistas, entre os quais Domingos Ribeiro, Fábio Luz, Curvelo de Mendonça, Elísio de Carvalho, Lima Barreto lança a revista Floreal, de curta existência. Em 1913 é realizado o 20 Congresso Operário Brasileiro, que mobiliza o escritor. Em Lima Barreto, sob a carapaça de solitário, tímido, introvertido, subsistia um espírito fino, alma sensível, inteligência desperta, vigoroso talento pronto para explodir no combate as injustiças sociais, aos desmandos da polícia e a exploração dos poderosos. E isto o fez aderir de vez aos ideais anarquistas.

A partir do ano de 1914 crescem as lutas operárias e, conseqüentemente, a repressão policial. Levas de anarquistas são presos e atirados como fardos em navios para a Europa. Lima Barreto coloca resolutamente sua pena a favor dos oprimidos, proletários e anarco-sindicalistas.

Trilhando as posições libertárias zurze feroz a guerra, o militarismo, a opressão social, o patriotismo, a papuchada político-partidária, o serviço militar obrigatório, o nacionalismo.

Troça do falso feminismo, chá com torradas das elites endinheiradas, sequiosas de se igualarem aos homens nos seus piores vícios.

Dardejou o ópio do futebol, o tráfico de influências, os poderosos do momento, o imperialismo, a falta de caráter nacional.

Compreendendo precocemente que a linguagem e a gramática se tornam instrumentos da opressão e dominação de classes, investiu decidido contra os retóricos tipo Rui Barbosa, parnasianos e simbolistas cultuadores de uma língua que impedia a expressão da vida real.

Das centenas de páginas de seus romances, fufam em turbilhão seus personagens simples, toscos, suburbanos, talhados vigorosamente por sua escrita rústica, direta, oxigenante, libertadora.

As publicações libertárias da época, A Voz do Trabalhador, A Patuléia, A Plebe, A Lanterna, O Debate, sem falar das revistas e dos jornais diários, estão recheados de suas crônicas nos mais de vinte pseudônimos com os quais firmou sua posição anarquista.

Alguns escribas marxistas de visão estrábica se entusiasmaram com a defesa da revolução Russa feita por Lima Barreto. A esses partidários do "socialismo camisa de força", entretanto, diremos que todo libertário a defendeu inicialmente, por se tratar de tentativa de transformação social, feita pelo povo sem as diretrizes ditatoriais que posteriormente tomou.

Quanto ao maximalismo que defendeu, era, nada menos, que a interpretação anarquista da derrubada de um regime despótico e a instalação da autogestão generalizada. Para comprovação é suficiente ler o que escrevia na época.

Quando da grande greve de 1917, em São Paulo, novamente sai Lima Barreto em defesa dos anarquistas presos e deportados, após cessado o movimento.

Em novembro de 1918 explode no Rio um movimento que visava a derrubada das instituições e o estabelecimento de um regime socialista. A rebelião fracassa e centenas de anarquistas são presos e processados. Lima Barreto novamente se coloca em defesa dos revolucionários atacando violentamente o chefe de polícia Aurelino Leal, a quem acoima de "Trepoff barbante". O escritor estava, naquele momento, internado em um hospital.

Lima Barreto não foi orador de comício, agitador de assembléias, organizador de greves, conspirador de movimentos visando derrubadas de autoridades, freqüentador de grupos operários e sindicatos; porém, através de sua pena esteve coerentemente com o movimento anarco-sindicalista e sempre com ele.

Ideal Peres

domingo, 6 de março de 2011

Curso de difusão da FEUSP - Anarquistas, criação cultural, invenção pedagógica: práticas e concepções

Anarquistas, criação cultural, invenção pedagógica: práticas e concepções

objetivo: O curso buscará resgatar dimensões das práticas culturais e pedagógicas anarquistas que foram referência para a experiência brasileira das Escolas modernas, no início do século XX (1912). Baseando-se em pesquisas bibliográficas realizadas por inúmeros estudiosos no Brasil e no exterior, o curso procurará evidenciar a inseparabilidade cultura-educação nas concepções e nas práticas anarquistas. Tal especificidade do movimento ácrata configura sua visão educacional, na escola ou fora dela, como campo de apropriação da cultura e instrumento de libertação social.

período de realização: 14/03/2011 até 27/06/2011

locais: Faculdade de Educação USP

público: alunos da graduação, pós-graduação, das licenciaturas da USP e de Universidades Públicas.

pré-requisito: alunos de graduação

período de inscrição: de 21/02/2011 até 11/03/2011 das 09:00 às 19:00 (ou até o fim das vagas)

número de vagas: 40

procedimento de inscrição: trazer cópia do RG e do CPF, preencher ficha específica (FEUSP: Av. Da Universidade, 308, sala 19 Bl. B)

critérios de seleção: por ordem de inscrição

custo: gratuito

dia/horário de realização: Segunda-feira 14:00 às 17:30

Fonte: Biblioteca Terra Livre

El libertario 62 - Março/Abril 2011

Já está disponível o número 62 do periódico venezuelano El libertario, referente aos meses de Março e Abril. Clique aqui para acessar a edição 62!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Atualizações Semanais

Já há algum tempo venho tendo problemas em atualizar o blog. De agora em diante as atualizações passarão a ser semanais.

Programação Centro de Cultura Social - Março/Abril

26/03 - Sábado, 15h
"O anarquismo de Michel Onfray", com Bruno Andreotti (Mestre em Ciência Política e graduado em História pela PUC-SP).

09/04 - Sábado, 16h
“O Centro de Cultura Social: entre práticas sociais e construções de memórias (1985-2007)” com Michelle Tito (Mestre em História pela PUC-SP).

Violência fascista...

No último sábado, 26/02, skinheads armados atacaram antifascistas que se reuniam em evento ocorrido no Espaço Ay Carmela, em São Paulo. A notícia foi divulgada no CMI e na grande mídia.

Para maiores informações:
http://anarcopunk.org/noticias/?p=957
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2011/02/487470.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/881638-skinheads-sao-presos-apos-agredir-pessoas-no-centro-de-sp.shtml

1ª Sessão da Mostra de Filmes produzidas por Anarquistas e Evento sobre Élisée Reclus

A Biblioteca Terra Livre divulgou em seu sítio a 1ª Sessão de filmes produzidos por anarquistas realizada em conjunto com o Centro Cineclubista de São Paulo. A sessão ocorrerá no dia 20 de março, às 18h, no Centro Cineclubista. Serão projetados filmes produzidos pelo "Cinema do povo" e a sessão terá acompanhamento musical.

Além de difundir as atividades dos grupos de estudos que acontecem na Biblioteca e a sessão de cinema anarquista, o pessoal da Biblioteca Terra Livre também fez a primeira chamada para o evento sobre o geógrafo Élisée Reclus, que acontecerá na USP, em dezembro desse ano, e apresentou a página do Colóquio Internacional Élisée Reclus e a Geografia do Novo Mundo (http://reclusmundusnovus.wordpress.com/).

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Proudhon e o romantismo


Texto de Francisco Trindade reproduzido em seu blog, a respeito da relação de Pierre-Joseph Proudhon com o romantismo e seus artistas e filósofos

Como homem do século XIX que ele foi, avançando mesmo nos assuntos, P.-J.Proudhon opõe-se portanto, constantemente ao grande impulso estético e ético da sua geração: o romantismo. Pode-se mesmo dizer que ele foi o mais consequente dos anti-românticos. Não seguros da rejeição da novidade, mas pelo nome das convicções que inspiraram toda a sua vida. Na origem, do romantismo – pelo menos em França – há um regresso nostálgico para com o passado, provocado pelo terrível choque do período revolucionário. Pelo contrário, levando em conta a Revolução que ele quis conduzir a seu termo, Proudhon está inteiramente orientado para o futuro.

Essencialmente racionalista, ele nunca recusou a sua dívida perante as Luzes. Não obstante, ou pela causa, de uma educação recebida no clima clérical da Restauração, os seus gostos literários levaram-no à admiração dos clássicos latinos, gregos e franceses. Entre os escrivãos do século XVIII, a sua principal admiração vai para Diderot. “ o mais vasto génio dos tempos modernos” (Justiça, III-85 ). E também, Voltaire surpreendê-lo-à talvez mais, que ele qualifica de “incomparável” ( Cor. VII-194 ). São bem menos pré-românticos.

Subindo mais alto, Proudhon sempre fez as suas delícias de Rabelais, modelo aos seus olhos do espírito francês ( cf. Nomeadamente Justiça, III-328 ). Confiantes no estudo mais perfeito, mostrava que ele não foi insensível às obras de inspiração bem diferentes, nomeadamente as de Shakespeare ( Cor., VII-25 ), Goethe e Schiller ( Cor. VI, 109-110 ) para não citar quais. Mas, quanto ao essencial, a sua preferência está sempre ligada à clareza de pensamento e ao rigor da língua. De uma forma geral na predominância da ideia elaborada sobre a sensação pura.

Ao longo dos seus anos de formação – entre 1820-1830 – não se conheciam ainda outros “românticos” franceses para além de Rousseau, o percursor e Chateaubriand, o anunciador. Defronte do primeiro, Proudhon aprovou os sentimentos de sedução e de repulsão, que são todos salvo os de indiferença: nós vamos lá voltar. Quanto ao autor do Génio do cristianismo, grande revelação literária da época da sua juventude, ele só tem desprezo por “este fraseador sem consciência” ( Justiça, II-380 ), modelo segundo ele, dos reitores lacrimosos e crentes que ele abomina ( as Memórias de Além-túmulo eram-lhe então, e por consequência, desconhecidas: elas parecem ficar conservadas ).

Agitando-se na obra de Jean-Jacques – que não se saberia ter à priori como “passéiste” – Proudhon frequentou bastante pelo contrário, ao ponto que os primeiros escritos fossem impregnados. Muitos dos aspectos reaproximam os dois homens: a origem plebeia, a raiva dos privilégios e a depravação mundana, o anti-conformismo quase selvagem. Mas o que, muito cedo, persegue Proudhon, é o facto que muitos terroristas tinham sido embuidos pelo Contrato Social. Pode-se dizer que, quando ele começa a escrever, é grande parte a partir das questões que lhe colocam, nomeadamente um Robespierre, a degenerência do igualitarismo da humanidade.

Muito cedo, Proudhon descobre que a raiva rousseautista da sociedade tem como origem uma exaltação furiosa do sentimento individual, na qual a infabilidade é oposta aos enfranquecimentos da razão. É isto a origem da desconfiança, para não dizer da quezília dos filósofos perante o seu associado inquietante.

Nada é mais estranho também a Proudhon do que esta espécie de misticismo vago, que se inocenta em todas as boas intenções: “dele”, exclama ele, ( vêem ) por linhas direitas todo o romantismo” ( Cadernos, III, 292 ). Bem mais tarde, recebendo o termo da La Boétie, ele o qualificará desdenhosamente de “femmelin” ( Justiça, IV-216 ). Os seus múltiplos regulamentos de conta com aquele que ele tinha admirado por um tempo, regressando à volta deste tema. Resumi-lo-emos, para fazer depressa este julgamento sem apelo: “… esta cabeça rachada não é francesa… é nele que começam o nosso romantismo e a nossa democracia absurda” ( Príncipio de Arte, 139 ). “Absurda” aqui reduz a acção política a uma efusão e o sufrágio a uma soma, como só se veio a ver muito em 48.

Tão diferente que ele seja na aparência de Rousseau, é este mesmo romantismo – no sentido alargado – que triunfará alguns anos mais tarde celebrando a tradição contra a inovação, reconstruindo uma Idade Média de ficção e referindo-se a um “génio” ancestral que dirigia as sociedades sem que elas tivessem consciência, produzindo os mestres de obra quase na ignorância dos seus autores.

Iludidos pelos desmentidos ulteriores de tantos escrivãos desta geração, nós temos a tendência para esquecer que, na sua juventude, eles eram reclamados daquilo que não podemos chamar de outro modo de”reacção”. Admirador de Napoleão, Chateaubriand foi em seguida o legitimista/apaixonado que se conhece. A passagem brutal do ultramontanismo para o socialismo é flagrante junto de Lamennais. Antes de celebrar a bandeira tricolor, Lamartine era um grande conservador vulgar. E Hugo, ele próprio, chamado para ser um profeta inspirado da esquerda, foi na sua juventude o zelado - e retribuído – defensor da monarquia restaurada, nomeado par de França em reconhecimento das suas adulações.

Proudhon, não o ignora nunca e não é o único. O socialismo nascente, que se associa sempre dos nossos dias ao romantismo, está tido na clareza destes literários, aristocratas antigos ou de longa data, onde as revoltas de fachada apanham mal a submissão na ordem estabelecida e após as ambições pessoais. O pequeno mundo dos cenéculos parisienses não tem nada em comum com os sofrimentos dos trabalhadores, mesmo quando ele difunde sobre as lágrimas de convenção.

Certamente, há excepções, pelo menos vistas do exterior. Por exemplo Georges Sand. Ei! falamos se Proudhon detesta os “femmelins”, sabe-se que ela é a sua concepção do papel das mulheres na sociedade. Uma mulher-autora, tendo deixado o seu marido e, mais, vivendo tudo como um homem, só podia arrepiar. Eu não lembraria um detalhe, pensando que nada aqui as ignora, os sarcasmos pouco galantes contra Georges Sand, que se encontra em inúmeras reconquistas sob a sua pena. Um dos escritos póstumos, publicado pelo estado onde ele foi encontrado ( A Pornocracia ) está quase inteiramente consagrado naquela querela, largamente prescrevida, e´preciso dizê-lo.

Além da polémica pessoal, permanece a adequação estricta estabelecida entre a moral e a revolução. A base do proudhonismo é recusar toda a diferença entre o que é dito e o que é feito. Eis o seu décimo, e não o meio, perante o romantismo e os românticos: eles são ( ou seriam ) substancialmente imorais. É uma consequência fatal do seu irracionalismo, segundo o autor da Justiça. A Srª Sand pode bem namoriscar com os socialistas, se ela não vive segundo o socialismo, ela não tem nada de socialista. A consequência o confirmará, pelo menos em parte.

Sobre este ponto fulcral, é preciso ainda remontar a Rousseau. Não somente a sua vida foi um contra-exemplo mas é para ele que remonta, sempre a mesma monstruosa hipertrofia do ego, a decadência dos costumes que segundo Proudhon caracteriza o século. Eis o seu diagnóstico deste assunto: “Héloise revelou o amor e o casamento… mas ela tem também preparada a dissolução: da publicação deste romance data para o nosso país o enfranquecimento das almas pelo amor, o enfranquecimento que devia seguir de perto uma fria e sombria desonestidade” ( Justiça, IV, 218 ).

Depreciador do amor-paixão – no qual ele diz: “O amor, eu não o amo” ( Justiça, IV-275 ) – Proudhon é antes demais o adversário desta “fraternidade” que vários socialistas, vencidos pelo sentimentalismo ambiente, colocando quase abaixo da liberdade e da igualdade.

Reminiscência ou substituto de uma religião adulterada, esta vaga aspiração à concórdia social só pode terminar nos piores enganos. Se a sociedade não está fundada sobre a Justiça, poder-se-à abraçar ao que melhor isso acabará sempre com os dramas.

Mesmo que a maioria dos socialistas cedam à moda, são feitos os defensores da união livre e do maltusianismo, mesmo daqueles que não juram que a mão sobre o coração, esperando sobre a sua própria generosidade, estão mais perto de beijar Lamounette do que das duras exigências da revolução a fazer.

Quanto ao romantismo político, Proudhon não lhe é menos hóstil, embora partilhando algumas das suas aspirações. Segundo ele, inflamar-se inconsideravelmente para a liberdade dos povos, é expôr a Europa ao dilaceramento, se não se propõe como questão desta liberação que uma ostentação de Estados soberanos seguindo o modelo do jacobinismo. Os Mazzini, os Kosbuth e os seus epígonos defendem uma causa justa com meios que se revoltam contra ela.

Antes da “Primavera dos povos” e nos anos que se seguiram, a polémica proudhoniana abunda nas palavras fustigantes perante estes nacionalistas do sentimento. No grande escândalo do partido republicano, o anarquista da Ideia geral da Revolução virá defender o equilíbrio dos tratados de 1815 contra os apóstolos da unidade italiana ou do pangermanismo. É a origem do seu federalismo, que se esforça para conciliar a exigência de autonomia com a necessidade de unidade. Sem estar com rodeios no assunto, este capítulo levava-nos muito longe.

Chegamos à arte, depois do total domínio real do romantismo. Fazendo da arte uma realização do ideal na sociedade, Proudhon recusa o lugar preponderante assinado no “foro sagrado”, na “inspiração” do criador. Ele não acredita neste divino respirar que divinizaria aquele que é favorizado e, colocam à parte outros humanos, conferindo-lhes todos os direitos.

A concepção proudhoniana da arte não se separa dos seus objectivos de trabalho no geral, já que para ele a obra artística só é uma das modalidades de acção humana sobre a matéria. O absolutismo artístico é também falso como todos os outros: os que proclamam o contrário acabarão em tiranos de arte, não menos perigosos que os tiranos políticos.

De uma certa maneira, todos os homens são artistas ou podem vir a sê-lo. Há tanta beleza na produção utilitária do que nas obras ditas artísticas: “Tal operário dispensa mais o espírito do que em ferrar um cavalo que tal folhetinista escreveu uma nova”. Ou ainda: “São precisas cem vezes mais inteligência para construir uma máquina a vapor que para escrever cem capítulos de Bálsamo; e tal patrão do Reno que não sabe ler dispensa mais do espírito fazendo um curso, que não há em todas as orientações ( Ideias revolucionárias, ed. De 1849, p. 48 ). Depois disso não se admira que Proudhon tivesse sido tido como um abominável filistino como grande parte dos bons espíritos da sua época.

Não é que ele despreze a arte, longe disso. Pelo contrário, o lugar que lhe é atribuído na história humana no geral e mais particularmente na sociedade futura é de toda a primeira importância como será ele aliás já que “a arte é mesmo a liberdade” ( Justiça, III-583 ), então o primeiro objectivo assinado na Revolução é a abolição de toda a servidão? Mas a arte não jogará plenamente seu papel já que ele está subordinado ao perfeccionismo de todos, e não reservado à glória vã de alguns. Na grande querela que ele ocupou no século, Proudhon tem vigorosamente condenado o sofismo da “arte pela arte”: “A arte pela arte (…) não descança sobre nada, não é nada” ( Príncipio de Arte, p. 70 ). Pelo contrário, ele toma decididamente partido a favor da “arte social”.

Apesar dos mal-entendidos terem circulado e circulam ainda nesta questão. A fórmula, quase tantológica da “arte social” não significa em nada que os criadores devem ser os propagandistas de uma forma particular da sociedade. O modelo proudhoniano não é o “grande” século, ainda menos o futuro “realismo socialista”. O que ele quer dizer é que a arte, como toda a produção humana, inscreve-se no conjunto do corpo social, onde ele exprime as aspirações e os sofrimentos, as cóleras e as esperanças. Todos são chamados para lá participar, quer seja como criadores ou como consumidores, distinção além de largamente formal.

“A arte é solidária da ciência e da Justiça: ele eleva-se com elas e desce ao mesmo tempo” ( Justiça, III-584 ). Os românticos afirmaram-se certamente que eles eram a voz da multidão e o eco do seu tempo. Como é que um artista digno deste nome poderia pensar o contrário? Mas a concepção do artista-demiurgo, a reivindicação de uma total independência, não seguros perante o poder estabelecido mas da sociedade, a pretensão aos direitos sem limites do génio, inscreviam-se falsamente contra esta reivindicação, tão sincera que ela tinha sido. Sem falar das infatuações mais medíocres e os interesses mercantis nos quais as grandes palavras de autonomia da criação, da soberania do artista e a religião da arte forneceram mais um alibi. Se a arte não tem como objectivo a delecção de alguns e a satisfação da vontade do poder do artista (ou pretendido), é uma mensagem, que contribui para dissolver o laço social pelo laço de criar.

Assim a hostilidade de Proudon aos olhos das teorias românticas, e o seu pouco gosto pela grande parte das obras que se reclamam, só puderam colocá-lo na margem dos literários do seu tempo. Inúmeros entre eles, particularmente todos os que se espalhavam pela pequena imprensa, não lhe ameaçaram os seus sarcasmos, à excepção dos limites da boa fé.

Mesmo os grandes ignoraram este Caliban filosófico, tão elogiado as suas concepções da sua linguagem e das formas de viver. Proudhon nota mesmo, por outro lado, que ele frequentou muito pouco dos seus contemporâneos. Quer estes o tenham desprezado, quer ele os tenha desprezado. Ele tem geralmente as palavras duras, injustas, para o pequeno mundo dos homens de letras que lhe é chegado a bordejar, em particular no jornalismo: “Para mim, eu vi pouco da vida destes boémias literárias, destas pinturas de amor e de virtude; eu conheço também um pouco as receitas do estilo, e eu não sou nada levado em fingimentos de J.-J. ( Rousseau ) do que dos de Balzac, J. Janin, Nodier e participantes (…) Este mundo arrasta-se, em virtude da faculdade literária, o privilégio do vício, da indelicadeza, da traição, da hipocrisia, e mesmo da intolerância: estes são os seres depravados que se idolatram, por algumas páginas em miniatura, onde se encontra a figura de algo de bom e honesto sentimentos. (…) …eu odeio estes homens, eu digo-lo sem…” ( Cadernos, III-291, 292 ).

Entre os escrivãos notórios do seu tempo, Michelet é um dos raros que Proudhon tinha frequentado um pouco, aliás, tardiamente e de forma um pouco compassada: os seus bens são tratados.

Pouco rancorosa, a boa Srª Sand desejou vê-lo, apesar de ele estar em Sainte-Pèlaige. Mas o prisioneiro recusa esta oferta. Em termos aliás, fortemente afáveis já que ele assegura aquele que ele era e será o objecto de tantos golpes vindo dele, da sua “vida e sincera admiração” ( Carta de 30 Janeiro de 1852, Fonds Sand da Bibl. Hist. da Cidade de Paris, Nº G 5244 ).

Na mesma época, e pelo mesmo motivo, Proudhon recebe também a visita de Victor Hugo, vindo para ver o seu filho Charles incarcerado no mesmo lugar. Este reencontro, certamente o último entre os dois homens é assim relatado nos Cadernos: “Eu recebi a visita do poeta Victor Hugo. Conversa bastante longa. V. Hugo é revolucionário desde os 30 anos. Ele crê que a fraternidade somente pode resolver a questão social” ( Cadernos, IV-294 ).

Nota-se o acento sarcástico sempre colocado sobre a palavra de fraternidade, e o tom geralmente condescendente desta breve anotação. Portanto, ainda que ele pinte o homem com uma miserável apreciação Proudhon tinha uma certa admiração para a obra de Hugo e, desde a monarquia de Julho, seguia com alguma curiosidade os progressos da sua orientação para com uma espécie de socialismo.

Eles tinham dado conhecimento logo quando, eleitos sobre a mesma lista complementar do Sena, eles tinham um e outro representantes do povo em 49. Os bens pareciam ter sido então sobretudo frios. De seguida um reencontro fortuito, o mesmo dia do golpe de Estado de 2 Dezembro, é relatado de forma sobretudo malévola por Hugo: ele insinua que a permissão obtida pelo prisioneiro precisamente nesta data, é devido a uma complacência significativa do poder que se colocava no lugar. A página termina assim: “Nós nos deixamos. Ele enterra-se no ombro, eu nunca mais o vi” ( História de um crime ). Nós sabemos que ele teve uma última conversa, sem dúvida depois a redacção deste texto.

Esta ruptura seca, sobre uma incompreensão recíproca, resumo e definitivo bastante bem os benefícios de Proudhon com os românticos. Da parte destes últimos uma missa à distância um pouco espantada, quando isso não foi uma ignorância condescendente. Do lado de Proudhon, a certeza que ele tinha num outro mundo e dirigia-se algures, que ele não tinha nada de comum com os literários. Atitude aos olhos do romantismo que se resume nesta interrogação, que é ao mesmo tempo uma resposta: “Temos necessidade do mal?” ( Justiça, I-261 ).

Francisco Trindade

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Mundo árabe está em chamas: entrevista com um anarquista sírio

Entrevista retirada de A-Infos (http://www.ainfos.ca/pt/ainfos04784.html). O ditador Hosni Mubarak (Egito) ainda não havia renunciado ao cargo de presidente, fato que ocorreu ontem, 11 de fevereiro.

As revoltas que explodiram no mundo árabe no Iêmen, Tunísia e agora no Egito apanharam todos de surpresa. Constituem, sem sombra de dúvida, um dos acontecimentos mais relevantes do nosso tempo e são um sinal claro de que já não é possível, em lugar nenhum, continuar-se a ser um joguete de ditador com o apoio imperialista. Os regimes extraordinariamente autoritários como os de Ben Ali revelaram-se completamente impotentes perante um povo com grande determinação, unido na luta. São jovens, trabalhadores, desempregados, pobres, os que levam a cabo esta tarefa de mudar o rosto da região provocando calafrios aos mandantes de Washington e de Tel Aviv. Nem todas as armas do regime de Mubarak, nem toda a ajuda militar dos EUA, conseguiram controlar a extensão do protesto. Os rebeldes revelam o poder do povo e da classe trabalhadora quando se unem, a capacidade política dos homens e mulheres comuns para formar organismos de poder dual, com um claro instinto libertário para além de demonstrarem ao mundo que nos encontramos já numa era de mudanças revolucionárias.

Estabelecemos um breve diálogo com o nosso companheiro e amigo Mazen Kamalmaz, da Síria - editor do blog anarquista árabe http://www.ahewar.org/m.asp?i=1385 - que nos falou da importância deste esplêndido acontecimento político.


Pergunta < Parece que toda uma repentina onda de protestos massivos está a sacudir as fundações dos velhos regimes opressivos no mundo árabe? Havia indícios de que isto poderia suceder?
Mazen Kamalmaz < Este é um dos aspectos mais interessantes da onda revolucionária que se está a expandir por todo o mundo árabe que chega quando nada o fazia prever. Ainda alguns dias antes das manifestações massivas e sucessivas no Egito a Secretaria de Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarava que o governo egípcio era estável e neste momento nada é estável na região: a insurreição mantém-se de pé e para todos os regimes repressivos espera-se o pior. Há aspectos que se reportam a todas estas sublevações tais como a raiva e ressentimento que estavam escondidos, silenciados pela repressão dos Estados, a pobreza e o desemprego crescentes – a que os regimes, estadistas e até intelectuais não prestaram a devida atenção – em relação aos quais os governos, locais ou ocidentais, pensaram que poderiam manter a revolta sob controle? agora sabemos como se enganaram.

Pergunta < Qual a importância da saída de Ben Ali do governo da Tunísia?
Mazen < Este é apenas o primeiro passo do que está para vir. Supõe que o povo, o povo em luta, consegue desafiar a repressão e vencer. É muito cedo para falar sobre o desenlace final, é tudo demasiado complexo ainda, mas o povo já conseguiu ter consciência do seu poder real e apesar disso mantém-se na rua, de modo que a luta ainda se encontra aberta a muitas possibilidades.

Pergunta < Para aonde se está a expandir a revolta? Que países podem experimentar rebeliões massivas?
Mazen < Hoje pode-se afirmar seguramente que qualquer um poderia ser o próximo. Talvez a Argélia, Iêmen ou Jordânia sejam candidatos fortes, mas temos de ter em conta que uma revolução no Egito teria um grande impacto na região, impacto esse que superaria os piores pesadelos dos ditadores e dos seus partidários na região.

Pergunta < Qual seria a relevância de uma revolução no Egito, o segundo maior receptor de ajuda militar estadunidense em todo o mundo?
Mazen < O Egito é o país com as maiores dimensões do Oriente Médio e o seu papel estratégico é muito importante. É um dos principais pilares da política estadunidense nessa região. A pressão das massas é um fator a ter em conta daqui pra frente, inclusive em relação à sobrevivência do velho regime resistir durante algum tempo mais ou não, ou se o novo regime será pró estadunidense. Resumindo, os EUA, o principal apoio do regime atual, irá sofrer o efeito da rebelião das massas egípcias.

Pergunta < Qual o papel dos Irmãos Muçulmanos nestes protestos? E da ?velha guarda? da esquerda?
Mazen < Um aspecto muito importante destas manifestações e revoltas é que tiveram uma origem totalmente espontânea e iniciada pelas massas. É verdade que os diferentes partidos políticos juntaram-se a elas mais tarde, mas todo o processo foi, em grande medida, uma manifestação de ação autônoma por parte das massas. Isto é também válido para os grupos políticos islamitas. Embora estes ditos grupos pensem que as futuras eleições os poderiam levar agora ao poder, com as massas em rebelião nas ruas isso será difícil, dado que se negaram ativamente a submeter-se de novo a outro poder repressivo, mas mesmo no caso que isso sucedesse, o povo não aceitaria ser submetido nesta ocasião, enquanto se mantém fresca para a maioria a memória eufórica das parcelas de liberdade que alcançaram através da sua própria luta. Nenhum poder os poderia forçar facilmente a submeter-se de novo a algum regime repressivo. Outro aspecto a ter em conta é que durante as revoluções o povo é mais receptivo às idéias libertárias e anarquistas, e que é a liberdade a idéia hegemônica do momento não o autoritarismo. Alguns dos grupos estalinistas só representam o rosto mais feio do socialismo autoritário... Por exemplo, o antigo Partido Comunista da Tunísia participou com o partido dominante de Ben Ali no governo formado após a expulsão do próprio Ben Ali. Outro grupo autoritário, o Partido Comunista dos Trabalhadores da Tunísia, participou ativamente nos protestos, mas depressa manifestaram as suas contradições: quando Ben Ali escapou tratou de criar conselhos ou comitês locais para defender o processo e logo de seguida retratou-se e apelou para se criar um novo parlamento e governo. No Egito passa-se praticamente o mesmo, há grupos reformistas de esquerda, como o Partido da Unidade Progressista e alguns revolucionários da esquerda autoritária. Não posso dizer com exatidão qual o papel dos anarquistas ou de outros libertários - há uma crescente tendência comunista conselhista junto a eles - devido à falta de comunicação com os nossos companheiros de lá, mas não posso deixar de ressaltar o que disse anteriormente: que estas revoluções foram feitas principalmente pelas próprias massas. Na Tunísia, os sindicatos mais fortes tiverem um grande papel nas últimas fases da revolta. Quero referir um pouco mais aos comitês locais criados pelas massas, uma das manifestações mais interessantes da sua ação revolucionária. Perante a pilhagem, iniciada sobretudo pela polícia secreta, o povo criou os ditos comitês como instituições realmente democráticas, como uma competência real de oposição às instituições autoritárias? No Egito até ao dia de hoje os governos, os comitês locais e o governo de Mubarak escondiam-se atrás dos tanques e das espingardas dos seus soldados. Isto está a suceder numa região assolada por ditaduras e pelo autoritarismo... Isso é o grandioso das revoluções que transformam o mundo rapidamente. Isto não significa que a luta esteja ganha, pelo contrário, isto significa que a luta real acaba de começar.

Pergunta < Para resumir, qual o seu ponto de vista sobre os acontecimentos? O que pensa que simbolizam?
Mazen < É o começo de uma nova era, as massas estão se sublevando e a sua liberdade está em jogo, as tiranias tombam... Sem dúvida estamos a assistir ao nascimento de um mundo novo.

Tradução < Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana

Chamada COB - Fevereiro Antifascista 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

El Surco 23 - Janeiro/Fevereiro 2011

Já se encontra disponível a edição de número 23 do El Surco na página temporária do periódico chileno.
O editorial trata da questão "Síntese x Especifismo". Para o debate, a equipe do Surco traz um recorte do texto "La síntesis anarquista" do russo Volin.

Conteúdo
Editorial - ¿Anarquía y lucha de clases?
Artigos - El abuso y brutalidad policial, La sucia campaña de la energia limpia, Crónica de una persecución anunciada - El 2010 y la represión, e outros.
Para baixá-lo clique aqui!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Bate-papo - Experiências de um anarquista no serviço militar americano - 9 de Janeiro


Domingo
9 de janeiro
Casa da Lagartixa Preta - http://www.ativismoabc.org/
R. Alcides de Queirós, 161 – Bairro Casa Branca, Santo André (SP)

Fonte: http://bibliotecaterralivre.wordpress.com/

4° Congresso Operário Brasileiro COB-AIT - 28/30 de Janeiro

Retirado do sítio da Confederação Operária Brasileira - http://cob-ait.net/index.php/infos/49-anarcosindical/296-4o-cob-2011

Convidamos a todxs xs companheirxs:
“4º Congresso Operário Brasileiro

Aos trabalhadorxs
Interpretando a célebre máxima de que a emancipação dos trabalhadorxs será obra dos próprios trabalhadores, a Confederação Operária Brasileira resolveu celebrar o 4º Congresso Operário Brasileiro, cujas as sessões terão inicio no dia 28, 29 e 30 de janeiro, às 9 horas, Porto Alegre, RS.
Neste Congresso, cujo o tema é *105 anos de Sindicalismo Revolucionário no Brasil, Ação Direta e Solidariedade na Defesa dos Trabalhadores*, discutiremos os meios de ação e o aprofundamento do sindicalismo revolucionário como referência histórica de luta de nossa gente por bem estar e liberdade.
Convictos que só com a cooperação do maior número, mediante o esforço de nossos companheiros, é que as resoluções que nele se tomarem poderão ser levadas à prática, convidam todxs trabalhadorxs à participarem de forma coletiva das suas sessões, para que conheçam as deliberações tomadas pelos delegados de nossa organização e por conseguinte, guiados unicamente pela aspiração de libertar o trabalho do monopólio capitalista.
Companheirxs, solidariedade e união de nossa luta, compareçam ao 4º Congresso Operário Brasileiro.

Agradecemos antecipadamente, Secretaria Executiva do 4º Congresso Operário Brasileiro”

Mais informações com:
Tel: (51) 3222 9817

Federação Operária de São Paulo: fosp@cob-ait.net
Federação Operária do Rio Grande do Sul: forgs@cob-ait.net
Federação Operária de Sergipe: fose@cob-ait.net
Federação Operária de Goiás: fogo@cob-ait.net
Federação Operária Mineira: fom@cob-ait.net
Secretariado da COB-AIT: secretariado@cob-ait.net

Nossa lista aberta:
http://list.cob-ait.net/listinfo/sindicalista

Na construção do comunismo libertário através do anarcossindicalismo!