sexta-feira, 18 de março de 2011

nu-sol: Ciclo de filmes "Justiça e Política"

O Nu-Sol promove no auditório Paulo Freiro do TUCA (teatro da PUC-SP) o ciclo de filmes "Justiça e Política".
Endereço: TUCA – Teatro da PUC-SP (Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes)

O nu-sol, na hypomnemata de janeiro, publicou o belo texto "Ardor". Recomendo a leitura.

Segue abaixo o cartaz do ciclo de filmes:

Cineclube Terra Livre - Mostra Películas Negras: 1ª Sessão "Cinema do Povo"

Como já divulgado anteriormente, domingo (20/03) começa a Mostra Películas Negras, promovida pela Biblioteca Terra Livre com a colaboração do Centro Cineclubista de São Paulo. Para a estréia, a programação inclui várias películas produzidas pelo grupo anarquista Cinema do Povo durante a década de 10 do século passado.

Maiores informações: http://bibliotecaterralivre.wordpress.com/

Abaixo, os cartazes da sessão e da mostra:



sexta-feira, 11 de março de 2011

El Surco 24 - Março 2011

El Surco 24 (Março 2011)
O grupo editorial do periódico El Surco apresenta sua mais nova edição.

Editorial
Por qué escribimos

Artigos
La caída del "faraón" Mubarak y la expansión de la revuelta en el mundo árabe;
Mënalkiawn (andar en libertad) - Por la profundización de una práctica contra el sistema penitenciario;
Caso Bombas: La nueva vieja forma de reprimir;
Del encierro a la solidaridad: Campañas y comités pro-presos entre los anarquistas criollos;
Del "fetichismo obrero" y el "clasismo libertario" - Aterrizando dos puntos;
Ciencia y anarquía;
Contra el chauvinismo clasista - Una respuesta a la revista plataformista Hombre y Sociedad (Parte I);
La insurrección de Kronstadt de 1921 - O cuando el Partido Comunista ahogó una revolución;
E mais...

Para ler o periódico, clique aqui!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Escritores Libertários

Texto escrito por Ideal Peres, publicado em Letra Livre n.8, de agosto de 1995, e retirado de http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/07escritoreslibert.htm

Em diferentes épocas escritores brasileiros estiveram envolvidos com o anarquismo. Alguns com participação ativa; outros através de seus escritos e, finalmente, os que adotaram posição individualista.

Relembramos Afonso Schmidt, na juventude participante das redações dos jornais libertários. Deixou obra no gênero poesia, teatro, romance, contos. Harmonia é um dos contos literalmente anarquista e, também, o romance Colônia Cecília, em que misturando ficção e realidade provocou enorme desinformação, só recentemente sanada através de pesquisas históricas. Assinalamos o Dr. Fábio Luz, colaborador assíduo da imprensa libertária, introdutor do "romance social" em nossas terras com o livro Ideólogo. Produziu uma série de romances, peças de teatro, estudos científicos e pedagógicos. Maria Lacerda de Moura, injustamente esquecida, competente antifacista de primeira hora, divulgou teses sobre o amor livre e a liberação feminina, que tantos arrepios e indignação provocaram no Brasil vetusto e cavernoso dos anos 30. Dr. Martins Fontes, santista, poeta parnasiano, deixou entre sua enorme produção poética, inúmeras de conteúdo libertário, sem falar em suas conferências assinaladas no livro Fantástica, do qual destacamos a sobre Kropotkin. José Oiticica, figura de proa do movimento anarco-sindicalista, polemista destroçador, inigualável nos escritos satíricos e nas cartas abertas dirigidas aos figurões e manda-chuvas da época, deixou infindável produção de escritos políticos dispersos nos jornais diários do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, citamos Avelino Foscolo, colaborador da imprensa libertária, escreveu vários romances como O Mestiço, Vulcões, A Capital e que só recentemente estão sendo reeditados.

Todos os mencionados mereceram pouquíssimo ou nenhum reconhecimento pela literatura oficial. Entretanto há duas excessões: Campos de Carvalho e Lima Barreto. Em entrevista ao jornal O Globo, em 08/04/95, respondendo a pergunta sobre o vigor libertário de seus livros, onde seus personagens sempre se voltam contra alguma autoridade, afirmou: "Eu sempre fui anarquista, liberto de qualquer dogma". Sabemos que Campos de Carvalho foi, durante sua juventude, colaborador dos jornais libertários A Plebe e A Lanterna. Hoje, reconhecido como escritor importante, teve romances renovadores como A lua vem da Ásia, A vaca do nariz sutil e A chuva imóvel, reeditados pela Editora José Olimpio. Campos de Carvalho é anarquista individualista (Nota do Libera...: Campos de Carvalho faleceu em São Paulo no dia 10 de abril de 1998, aos 82 anos).

Lima Barreto teve seus méritos reconhecidos, porém só depois de seus falecimento. É dele que vamos nos ocupar mais extensamente.

Lima Barreto, anarquista

Afonso Henriques de Lima Barreto, autor genial de Clara dos Anjos, Recordações de Isaías Caminha, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, etc., mulato de temperamento tímido, porém irreverente e desabusado em seus escritos. Em geral trajava roupas amarfanhadas, sapatos empoeirados, garofinha a subir indiscreta pelas orelhas e colarinho encardido. Palheta equilibrada no alto da cabeça. Corpo exalando azedume do suor curtido nos subúrbios proletários onde sem opção habitava.
Freqüentador contumaz de tendinhas encardidas, se afogava em pinga com Fernet, na tentativa de fugir da grande tragédia da sua existência: o pai doido, a miséria em que a duras penas sobrevivia, a cor, a indiferença social, a impossibilidade de mobilizar seu potencial criativo.
Certa feita, advertido de que a cachaça era prejudicial a literatura, replicou que o único prejuízo era a burrice.
Reprovado por três vezes por Licínio Cardoso na cadeira de Mecânica Racional, abandona os estudos de engenharia e efetua concurso para burocrata do Ministério da Guerra. Nessa repartição encontra Domingos Ribeiro Filho, anarquista declarado, atuante nos meios libertários e que o teria influenciado teoricamente.

O movimento anarco-sindicalista começa a crescer. E, 1906 realiza-se o 10 Congresso Operário Brasileiro, no Rio de Janeiro. Com o grupo de intelectuais anarquistas, entre os quais Domingos Ribeiro, Fábio Luz, Curvelo de Mendonça, Elísio de Carvalho, Lima Barreto lança a revista Floreal, de curta existência. Em 1913 é realizado o 20 Congresso Operário Brasileiro, que mobiliza o escritor. Em Lima Barreto, sob a carapaça de solitário, tímido, introvertido, subsistia um espírito fino, alma sensível, inteligência desperta, vigoroso talento pronto para explodir no combate as injustiças sociais, aos desmandos da polícia e a exploração dos poderosos. E isto o fez aderir de vez aos ideais anarquistas.

A partir do ano de 1914 crescem as lutas operárias e, conseqüentemente, a repressão policial. Levas de anarquistas são presos e atirados como fardos em navios para a Europa. Lima Barreto coloca resolutamente sua pena a favor dos oprimidos, proletários e anarco-sindicalistas.

Trilhando as posições libertárias zurze feroz a guerra, o militarismo, a opressão social, o patriotismo, a papuchada político-partidária, o serviço militar obrigatório, o nacionalismo.

Troça do falso feminismo, chá com torradas das elites endinheiradas, sequiosas de se igualarem aos homens nos seus piores vícios.

Dardejou o ópio do futebol, o tráfico de influências, os poderosos do momento, o imperialismo, a falta de caráter nacional.

Compreendendo precocemente que a linguagem e a gramática se tornam instrumentos da opressão e dominação de classes, investiu decidido contra os retóricos tipo Rui Barbosa, parnasianos e simbolistas cultuadores de uma língua que impedia a expressão da vida real.

Das centenas de páginas de seus romances, fufam em turbilhão seus personagens simples, toscos, suburbanos, talhados vigorosamente por sua escrita rústica, direta, oxigenante, libertadora.

As publicações libertárias da época, A Voz do Trabalhador, A Patuléia, A Plebe, A Lanterna, O Debate, sem falar das revistas e dos jornais diários, estão recheados de suas crônicas nos mais de vinte pseudônimos com os quais firmou sua posição anarquista.

Alguns escribas marxistas de visão estrábica se entusiasmaram com a defesa da revolução Russa feita por Lima Barreto. A esses partidários do "socialismo camisa de força", entretanto, diremos que todo libertário a defendeu inicialmente, por se tratar de tentativa de transformação social, feita pelo povo sem as diretrizes ditatoriais que posteriormente tomou.

Quanto ao maximalismo que defendeu, era, nada menos, que a interpretação anarquista da derrubada de um regime despótico e a instalação da autogestão generalizada. Para comprovação é suficiente ler o que escrevia na época.

Quando da grande greve de 1917, em São Paulo, novamente sai Lima Barreto em defesa dos anarquistas presos e deportados, após cessado o movimento.

Em novembro de 1918 explode no Rio um movimento que visava a derrubada das instituições e o estabelecimento de um regime socialista. A rebelião fracassa e centenas de anarquistas são presos e processados. Lima Barreto novamente se coloca em defesa dos revolucionários atacando violentamente o chefe de polícia Aurelino Leal, a quem acoima de "Trepoff barbante". O escritor estava, naquele momento, internado em um hospital.

Lima Barreto não foi orador de comício, agitador de assembléias, organizador de greves, conspirador de movimentos visando derrubadas de autoridades, freqüentador de grupos operários e sindicatos; porém, através de sua pena esteve coerentemente com o movimento anarco-sindicalista e sempre com ele.

Ideal Peres

domingo, 6 de março de 2011

Curso de difusão da FEUSP - Anarquistas, criação cultural, invenção pedagógica: práticas e concepções

Anarquistas, criação cultural, invenção pedagógica: práticas e concepções

objetivo: O curso buscará resgatar dimensões das práticas culturais e pedagógicas anarquistas que foram referência para a experiência brasileira das Escolas modernas, no início do século XX (1912). Baseando-se em pesquisas bibliográficas realizadas por inúmeros estudiosos no Brasil e no exterior, o curso procurará evidenciar a inseparabilidade cultura-educação nas concepções e nas práticas anarquistas. Tal especificidade do movimento ácrata configura sua visão educacional, na escola ou fora dela, como campo de apropriação da cultura e instrumento de libertação social.

período de realização: 14/03/2011 até 27/06/2011

locais: Faculdade de Educação USP

público: alunos da graduação, pós-graduação, das licenciaturas da USP e de Universidades Públicas.

pré-requisito: alunos de graduação

período de inscrição: de 21/02/2011 até 11/03/2011 das 09:00 às 19:00 (ou até o fim das vagas)

número de vagas: 40

procedimento de inscrição: trazer cópia do RG e do CPF, preencher ficha específica (FEUSP: Av. Da Universidade, 308, sala 19 Bl. B)

critérios de seleção: por ordem de inscrição

custo: gratuito

dia/horário de realização: Segunda-feira 14:00 às 17:30

Fonte: Biblioteca Terra Livre

El libertario 62 - Março/Abril 2011

Já está disponível o número 62 do periódico venezuelano El libertario, referente aos meses de Março e Abril. Clique aqui para acessar a edição 62!